Ruta 3 A Estrada do Fim do Mundo

Ruta 3 A Estrada do Fim do Mundo

Imagina uma rodovia percorrendo metade da América do Sul desde Buenos Aires até o fim do continente em Ushuaia; esta é a Ruta 3 a estrada do fim do mundo, cruzando os Pampas e a Patagônia, passando por belíssimas visões do oceano, longas planícies, rios, mesetas, desertos, variados tipos de animais, aves e lídissimas paisagens de todos os tipos.

Vamos te apresentar essa maravilhosa rodovia argentina, que encanta a todos os que gostam de estradas, aventura e liberdade.

Ela é de todos nós

Quase todos que amam conhecer lugares diferentes, envolver-se em novas culturas e se aventurar por esse mundão, tem a Ruta 3 como objetivo, pois ela desperta as mais variadas emoções. Curiosidade, paixão, expectativa, desconfiança, prazer, felicidade…e mais tantos outros sentimentos que só os caminhos mais incríveis podem nos trazer.

Daí segue-se até Carmen de Patagones, na Província de Rio Negro, e quase emendada com Viedma, Província de Chubut. As duas províncias são separadas, nesse ponto, pelo Rio Negro. Poderiam ser duas cidades vizinhas, separando estados, como tantas outras que todos conhecemos. Mas o que acontece de tão especial aqui? AQUI COMEÇA A PATAGÔNIA, Uhuuuuuu…A sensação de chegar à Patagônia é indescritível.

Trecho do livro “Resenhas de Caminhonete”

Se liga no que você tem que saber

Pense em um trajeto, por uma região exótica e extrema como a Patagônia, onde o sol se põe as 10 horas da noite no verão. Essa é a Ruta Nacional 3, uma das mais incríveis estradas da América do Sul.

A Ruta 3 é a segunda estrada mais comprida da Argentina, atrás apenas da lendária Ruta Nacional 40. Ela corta cinco províncias argentinas: Buenos Aires, Rio Negro, Chubut, Santa Cruz e Tierra Del Fuego. A estrada passa por importantes localidades, como Bahia Blanca, Viedma, Puerto Madryn, Comodoro Rivadavia, Rio Gallegos.

Você já pensou em como cobrir esse percurso? Sabe como funciona documentação, combustível? Tem ideia de hospedagem? Tem noção de como é a Patagônia? Então…claro que você terá que viver essas emoções, mas para facilitar a sua vida, te ajudar a fugir de perrengues e pra que você curta ao máximo a sua própria experiência, se liga nesse post!

Agora vamos te contar um pouco sobre essa incrível carretera sul americana.

Como chegar a Ruta 3 a estrada do Fim do Mundo

Oficialmente, a Ruta Nacional 3 começa no coração de Buenos Aires, na Plaza del Congresso, e se estende até o “fim do mundo”, no exremo sul do continente.

Percurso da Ruta Nacional 3

A Ruta Nacional 3 (RN 3) percorre 3.079 Km de Buenos Aires até Ushuaia, a cidade mais austral do Planeta, localizada na Província de Tierra del Fuego.

Essa é uma das estradas mais importantes da Argentina, e mais emblemáticas do planeta, por isso é uma das que escolhemos entre as Top 10 Estradas da América do Sul.

A forma mais simples e usual é acessar a RN 3 pela capital argentina, Buenos Aires, seguindo pela Patagônia até a província Tierra Del Fuego. Ela corta todo o Leste argentino, margeando a Costa Atlântica até o extremo Sul do continente.

É verdade que a Ruta 3 une Ushuaia e o Alasca?

Dizem que ela chega até o Alasca. Há uma placa na Bahia Lapataia em Ushuaia, informando as distâncias até Buenos Aires e Alasca, mas em nenhum momento está mencionado que ela liga diretamente ao Alasca.

Na realidade, a Ruta 3 não chega direto até o Alasca, mas ela é conectada à Ruta Panamericana por várias outras estradas em diversos pontos, incluindo a Ruta 40, dentre outras.

Ruta 3 a estrada do fim do mundo
Fim da RN 3 na Bahia Lapataia – Ushuaia

Da mesma forma dizem que a Ruta Panamericana chega a Ushuaia, mas de fato ela vai até Queillon, na Ilha Grande de Chiloé, no Chile. Entretanto, a partir de algumas cidades chilenas como Puerto Varas, Osorno, Temuco e Puerto Montt é possível conectar-se com a Ruta 3 e assim alcançar Ushuaia.

Documentação

Documento pessoal – Quando percorremos a Ruta 3, os documentos de entrada na Argentina eram apenas a carteira de identidade (RG) ou passaporte brasileiros.

Visto – Por ser parte do Mercosul, a Argentina não exige visto para brasileiro, mas sim a apresentação de documentos, já mencionada.

Vacinação – Não é exigida vacinação para brasileiro entrar na Argentina, no entanto é recomendável verificar protocolos decorrentes da COVID-19.

Regras aduaneiras – podem haver exigências de protocolos sanitários específicos de uma província para outra, por exemplo ao cruzar da Provincia de Buenos Aires para Rio Negro, não foi permitido passar com alimentos perecíveis e frutas.

Seguro Viagem – na Argentina não é obrigatório seguro viagem, mas é claro que você tem que pesar a importância de ter alguma forma de assistência, pois a gente nunca sabe o que vem pela frente. Não é verdade?

Ruta 3 a estrada do fim do mundo
Estrada de rípio na região de Comodoro Rivadavia

Segurança e dirigibilidade

Animais – Tenha muito cuidado com os animais, como os guanacos e maras, pois eles, eventualmente, atravessam a rodovia. Nas vezes em que fomos parados por comandos policiais, eles sempre nos alertavam sobre isso e nós mesmos presenciamos essa situação várias vezes, durante todo o trajeto.

Ventos – Os ventos patagônicos são fortíssimos e interferem no consumo de combustível. Muitas vezes o carro balança.

Estradas de rípio – as estradas vicinais e conexas à Ruta 3, em geral, são de rípio, uma espécie de “brita” que causa bastante instabilidade no veículo, que aliado aos fortíssimos ventos patagônicos, exige muita atenção. Por isso, é importante analisar a escolha dos pneus para terra, ou daqueles meio asfalto meio terra.

Consumo de alcool – claro dirigir em qualquer estrada após ter ingerido bebida alcoólica é inaceitável, mas as autoridades argentinas são absolutamente rigorosas com isso. #ficaadica

Segurança em geral – durante todo o trajeto, não percebemos absolutamente nada que indicasse riscos de assaltos, roubos etc., mas, principalmente nas cidades maiores, é sempre recomendável evitar deixar objetos de valor à mostra. Carregue pouco dinheiro e evite descuidos com coisas de valor.

Drones – alguns dos lugares da Patagônia são fortemente monitorados e controlados para manter a biodiversidade e não incomodar a vida animal, o que pode limitar uso de drones em alguns pontos, vale a pena se informar nas administrações dos parques e informações turísticas.

Pedágios – A Ruta 3 tem pedágios de variados preços. O governo argentino mantem informações sobre os valores e condições dos pedágios disponíveis para consulta.

Radar – Não vimos nenhum radar na Ruta 3, por ser bastante isolada, talvez tenha menor probabilidade de ser monitorada por radar, mas é sempre importante ficar atento aos limites de velocidade e sempre checar onde tem radar nas estradas argentinas, assim evita multas e melhora a segurança.

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RN 3 – Rio Gallegos seguindo para Ushuaia

Veículo

Combustível- Na Ruta 3 há boa oferta de postos de combustível, porém existem longas distâncias entre um e outro, recomenda-se abaster sempre que possível. Quanto aos preços, estavam similares aos praticados no Brasil. É possível encontrar gasolina e diesel. Não percebemos a venda de etanol nos postos onde abastecemos.

Consumo – Com as condições dos ventos muito fortes, o nosso consumo de diesel subiu em torno de 15% em relação ao normal.

Equipamentos de segurança – Quando percorremos a Ruta 3, a legislação argentina obrigava ter macaco, chave de roda, correntes (para pneus em caso de nevada), cabo de aço para reboque e dois triângulos.

Seguro do veículo – na Argentina é praticado o seguro Carta Verde e ele foi sempre exigido pelos policiais.

Documentação – o veículo deve estar no nome de alguma pessoa que esteja presente no momento da solicitação, na ausência do proprietário, é necessário emissão de uma autorização específica.

Guia de importação – além do documento do veículo, cada vez que se cruza uma fronteira, a Aduana argentina emitiu uma guia de importação, que é o documento que autoriza o veículo a circular em seu território.

Habilitação para dirigir – a CNH brasileira é aceita no país.

Assistência Técnica – a maioria das cidades mencionadas dispõe de assistência técnica para as principais marcas. Fizemos revisão e trocamos os pneus da caminhonete na GM de Ushuaia. O preço foi bem mais em conta do que no Brasil, algo como uns 30% a menos.

Recordação obrigatória

Ter um lembrança que traga a memória afetiva de ter vivido a experiência incrível de percorrer a Ruta 3 é obrigação de todo estradeiro. Não é mesmo?

Então não esqueça de comprar o seu adesivo da R3.

Você encontra na maioria de postos de gasolina e lojas por todas a cidades.

Província de Buenos Aires

Na província de Buenos Aires está o Kilometro Zero da Ruta 3 a estrada do fim do mundo, na capital argentina de mesmo nome. Ela percorre 960 Km pela província por entre infinitas Pampas.

Buenos Aires – capital argentina

Na capital argentina inicia uma das estradas mais emblemáticas da America do Sul, a Ruta 3 a estrada do fim do mundo! Em Buenos Aires, ela se confunde com muitas das diversas avenidas da cidade, com trânsito, pontos de ônibus, transporte urbano.

Plaza Del Congresso – Buenos Aires – Onde oficialmente inicia a Ruta 3

Tandil e Sierra De La Ventana

Descendo a Ruta 3 sentido Sul, é possível acessar a RP (Ruta Provincial) 226 que chega a Tandil e pela RP 51 ou RP 72 chega-se a Sierra De La Ventana. Tandil e Sierra De La Ventana são duas charmosas cidades argentinas, que convidam para a tranquilidade, contato com natureza e cultura porteña.

Bahía Blanca

Uma das maiores cidades no percurso da Ruta 3, Bahía Blanca é conhecida como Portão da Patagônia, embora ainda não seja, oficialmente, pertencente a região patagônica. É uma cidade portuária de muita importância para a economia do país.

Para quem curte pesca, a aproximandamente 40 Km encontra-se San Blaz, uma vila muito procurada por pescadores.

A partir dela, pode-se dizer que começa a verdadeira jornada pela Ruta 3, as paisagens começam a ficar mais primitivas, apenas o asfalto da estrada testemunhando a intervenção humana.

Vista de Bahía Blanca – foto https://www.clarin.com

Carmen de Patagones

Uma cidade bem bonita, que é praticamente emendada com Viedma (que já pertence a província de Rio Negro).

Cortada pelo Rio Colorado, Carmen de Patagones chama atenção por sua linda igreja e por que, logo depois dela, inicia-se, oficialmente, a Patagônia.

Carmen de Patagones – foto: https://br.pinterest.com/

Província de Rio Negro

Rio Negro é bastante famosa para os brasileiros, por ser a província onde esta localizada a cidade de Bariloche, lugar bem conhecido. Mas Rio Negro é muito mais do que isso. Ela está na Patagônia na Costa Atlântica e tem grande relevância histórica, econômica e social para a Argentina.

Uma coisa que você vai perceber, a partir daqui, é o forte nacionalismo argentino em relação ao conflito das Malvinas. É normal ver placas, roupas, bonés etc fazendo alusão à reivindicação argentina sobre o arquipélago, que foi motivo de sangrenta disputa entre Argentina e Inglaterra em 1982.

Nessa província se inicia a Patagônia, a Ruta 3 a estrada para o fim do mundo cruza os 340 Km de extensão entre suas divisas, dando acesso a agradáveis pontos, como El Condor e Las Grutas, passando por pequenas e bonitas cidades ao longo da Costa Atlântica argentina.

Viedma

O que Viedma tem de tão especial??? Ela é a divisa das províncias de Buenos Aires e Rio Negro e mais importante: aqui começa, oficialmente, a Patagônia!

Vista de Viedma – foto: https://www.elpatagonico.com/

Las Grutas

Ao lado de San Antonio Oeste e San Antonio Leste, Las Grutas é um importante centro pesqueiro e pertence a cidade de San Antonio Oeste. O balneário é conhecido por sua significativa participação na atividade econômica do país.

Suas praias são consideradas as mais bonitas da Argentina, podendo chegar a 150.000 turistas/ano, sendo que sua população é em torno de apenas 5.000 habitantes. Agora, para nós brasileiros, o frio intimida entrar na água, mas, ainda assim, vale muito a pena estar nesse paraíso sulamericano.

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Las Grutas – foto: https://www.patagonia.com.ar/

Sierra Grande, Punta Colorada e Playa Dorada

Conhecida por ter a maior mina de ferro subterrânea da America Latina, portanto tem um papel relevante para a economia do país.

Por lá, saindo da RN 3 em torno de 35 Km, é possível chegar as belas praias de Punta Colorada e Playa Dorada. Lugares muito bonitos e queridos do povo argentino da região.

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Sierra Grande – foto: https://www.clarin.com

Chubut

Pela província de Chubut, a Ruta 3 a estrada do fim do mundo percorre 540 quilômetros pela planície patagônica, cruzando por cenários incríveis, sempre próximo ao oceano, embora nem sempre seja possível vê-lo.

Península Valdez

A Penínusla Valdez está a 100 Km de Puerto Madryn. É um santuário ecológico localizado no coração da Paragônia às margens do Atlânico Sul, com estradas off-roads, repleto de um preservado ecossistema bio-marinho.

Esse lugar é tão especial que merece um post só dele. É simplesmente lindo, com diversos tipos de animais e aves, tatus, maras, emas, guanacos, piguins, lobos marinhos…e de agosto a novembro é o pico da época que as baleias estão por alí para caça, namoro, acasalamento e educação dos filhotes.

Puerto Madryn

Sem dúvida, Puerto Madryn é uma das cidades mais bonitas da Ruta 3, localizada entre a estepe patagônica e o Oceano Atlântico, está cercada por paraísos ecológicos como Península Valdez, Punta Loma, Puerto Pirâmides.

As baleias chegam em maio e vão embora em dezembro. Nesse período é a época de acasalamento e parir seus “bebezinhos”. Entre setembo e novembro é considerada a melhor época para ver baleias nas suas praias lindas, porém geladas.

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Aqui são várias as atrações que vão te fazer adorar estar na Patagônia. A cidade é limpa, as praias bem cuidadas. A água do mar geladíssima. Os arredores da cidade são simplesmente o Atlântico Sul e a Patagônia, logo está cercada das mais belas atrações da natureza.

Gayman

Curiosamente, Gayman é uma cidade que preserva a cultura galesa (País de Gales), muito famosa na Patagônia, por ter sido o lugar onde a Princesa Diana tomou chá.

Trelew

Trelew tem como atrativo seu Museo Paleontológico Egidio Feruglio, um dos mais importantes para estudo dos dinossauros. Também é famosa por ter sido esconderijo de Butch Cassidy & Sundance Kid, famosos bandidos do velho oeste que a historia virou filme com Robert Redfor, Paul Newman e Katharine Ross.

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Ruta 3 próximo a Trelew

Comodoro Rivadavia

Uma das cidades mais populosas da Patagônia é Comodoro Rivadavia. Localizada às margens do gelado Atlântico Sul ela exerce importante papel na economia argentina, por ser um polo de importação e exportação, especialmente na área de petróleo. Aqui é possíve visita o Museo Nacional do Petróleo.

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Saída de Comodoro Rivadavia

Tem boa infraestrutura, portanto, caso necessite de bancos, uma revisão no veículo, ou mesmo uma hospedagem mais urbana, Comodoro pode ser uma boa opção.

Santa Cruz

A província de Santa Cruz tem sinais da presença humana ha mais de 11.000 anos. O navegador português Fernando de Magalhães, a serviço da coroa espanhola, é o responsável dar orígem ao nome Patagônia, pois dos navios eles viam os nativos, que eram de estaturas altas, fazendo fogo. Ele os batizou como “patagones”.

Parque Monte León

Comandante Luis Piedra Bueno, onde está o Parque Nacional Monte León, uma ampla região patagônica, repleta de biodiversidade, habitat de vida selvagem, como pumas, guanacos, maras, piguins, aves de variadas espeécies, lobos marinhos etc.

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Puerto San Julian

Puerto San Julian, onde está ancorado o primeiro navio a dar a volta ao mundo e onde foi celebrada a primeira missa argentina. Gran Bajo San Julian, uma dos lugares mais baixo do planeta, chegando a mais de 100 metros abaixo do nível do mar.

Puerto Deseado

Puerto Deseado, um paraíso ecológico e religioso (onde esta a Gruta de Lourdes) escondido entre a estepe patagônica e o Atlântico.

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Rio Gallegos

Rio Gallegos, onde foi a base militar da Guerras das Malvinas e lugar onde termina a icônica Ruta Nacional 40. Ela é um dos pontos de conexão da Ruta 3 com a Ruta Panamericana, que permite a tão comentada ligação até o Alasca.

Acesso, en território chileno, para o Estreito de Magalhães, canal descoberto pelo navegador portugues Fernão de Magalhães, que une o Atlântico ao Pacífico.

Estreito de Magalhães – Chile

Não, a Ruta 3 não continua no Chile. A partir da fronteira dos dois países, a estrada argentina é interrompida e segue-se como sendo uma rodovia chilena. No destino a Ushuaia é obrigatório cruzar o Estreito de Magalhães, uma passagem natural de 4,5 km de largura, que une os Oceanos Atlântico e Pacífico.

Depois de Rio Gallegos, a Ruta Nacional 3 é interrompida, por ter que seguir em território chileno. Aqui será necessário todos procedimentos de imigração e de saída da Argentina e entrada no Chile, para depois retornar ao território argentino no Pazo Frointerizo de San Sebastian, entrando.

Tierra Del Fuego

É a última província argentina, onde está localizada a cidade de Ushuaia, considerada a mais austral do planeta, portanto a mais próxima da Antártida.

No seu território se concentra a parte da Cordilheira dos Andes, aliás a Ruta 3 é a única estrada argentina que percorre a cordilheira, permanecendo integralmente dentro do próprio país. Uma vez que o resto da cordilheira será sempre compartilhado entre Argentina e Chile, até a divisa com a Bolívia.

Ushuaia

Ushuaia, a cidade mais austral do planeta. Não só a mais austral, como também uma das mais caras, mas temos um post aqui sobre como gastar pouco em Ushuaia. Curiosamente é o destino de muitos brasileiro, sendo bastante comum ouvir o idioma português pelas ruas das cidades, especialmente em centros de compras e pontos turísticos.

Aqui fica a emocionante chegada da RN 3, onde a estrada termina. O fim do mundo!

Hospedagem na Ruta 3

Em um trajeto de mais de 3.000 Km cheio de coisas interessantes para se conhecer, é claro que você quer e precisa parar em algum momento. Comer, descansar, dormir são parte da experiência de viver a RN 3. Por isso, vamos compartilhar nossa vivência com hospedagem, que, junto com veículo, é um dos ítens mais críticos.

Há inúmeras cidades e vilarejos ao longo da RN 3, proporcionando, portanto, boa oferta de hospedagem. Pernoitamos em algumas delas, logo, podemos falar apenas da nossa própria experiência.

Tandil – acampamos no camping Club Atletico Banco Província, que tem boa infraestrutura, incluindo bons vestiários e até uma piscina, que não sabemos se poderia ser usada.

Em Sierra De La Ventana – há uma generosa oferta de hostels e hospedagem em geral. Optamos pelo Camping Lourdes próximo a Estação de trem (aproximadamente 1,5 Km), com bastante verde e boa infra estrutura.

Perto Madryn – é bem servida de hoteis, mas para aqueles mais “roots” e com menos grana, igual nós, sugerimos o Camping ACA, próximo ao Monumento Tehuelche, com uma lídissima vista da bahia.

Comodoro Rivadávia – é uma cidade industrial, voltada a exploração de petróleo e atividade portuárias, tem boa oferta de hospedagem. Nos hospedamos em uma pousada nos arredores da cidade, bastante precária, preço baixo, suficiente para passar a noite e seguir viagem no dia seguinte.

Puerto Deseado – a cidade é bem pequena e a oferta de hospedagem bastante limitada. Acampamos no Camping Municipal Costanera, onde fomos atendidos por um gentil boliviano. Eles têm espaço para barracas, motorhomes e contam com alguns containers. Isso mesmo, você pode se acomodar em um deles, com beliche, armários. É muito bem vindo, pois o vento gelado é terrível. Foi o que fizemos.

Comandante Luis Piedrabuena – optamos por um AirBNB, era uma casa simples, com um generoso estacionamento, televisão, cozinha bem equipada, porém achamos o preço bastante salgado.

Rio Gallegos – tem boa infra estrutura de hospedagem, ficamos no Camping Complejo Sindicato Empleados del Comercio, que tem excelente infraestrutura e um bom preço. Prepare-se para muito frio, então considere acender sua parrilla.

Ushuaia – os hoteis em Ushuia são todos muito caros, mesmo os mais básicos, ao menos para nosso orçamento. Além disso não tão simples encontrar disponibilidade. Fomos hospedados pela hospedagem Familia Velasquez, que é muito simples, poré o valor é mais ascessível. É possível acampar no Parque Nacional Tierra Del Fuego, com preços bem em conta, porém não esqueça do frio que em geral é abaixo de zero.

Pernoite em Postos de Gasolina – a rede de postos YPF é uma das (senão a mais) procurada para pernoite dos estradeiros, a maioria tem infraestrutura para banho, porém não estavam permitindo barracas.

Fazendas e área rurais – muito estradeiros mais aventureiros conseguem permissão com os moradores e proprietários de zonas rurais para pernoitar nas imediações, porém não é possível saber exatamente onde estão localizados. Tem que ir por tentativa e erro, claro assumindo os possíveis riscos.

Agora é com você

Como você já sabe bastante coisa da RN 3, mas falta muito ainda pra conhecer, prepare sua mochila e pé na estrada. Só não deixe de compartilhar nosso conteúdo, assim você ajudar um monte de estradeiros e ainda da uma força para gente também.

Deixe seu comentário e compartilhe com a gente as suas aventuras.

Bora lá para a próxima estrada!

Reginaldo Costa

Meu nome é Reginaldo de Almeida Costa (meus amigos e familiares me chamam de Tecko), sou Executivo de Recursos Humanos, autor do livro “Resenhas de Caminhonete”, amante de leitura, cultura, artes, esportes, entusiasta da defesa do meio ambiente, populações indígenas e povos originários, defensor da causa animal e também pirado em viagens. Acredito fortemente que o ser humano é capaz de coisas incríveis. Me considero um lutador por um mundo melhor, sou praticante de esportes, razoável jogador de futebol, aprendiz de cozinheiro, péssimo dançarino. Dispenso videogames, mas respeito quem gosta. Tenho um currículo invejável como excelente jogador de bolinha de gude, melhor construtor de pipas, radical piloto de carrinhos de rolemã, fanático por sorvete de massa (aquele das abelhas), que evoluiu aceleradamente para skatista amador. Sou poeta de whatsapp, cartunista de guardanapos, fazedor de risoto, escritor noturno e “bloguista”. Considero que viver a vida ainda é o melhor jeito de ser feliz! Muito prazer!

10 comentários sobre “Ruta 3 A Estrada do Fim do Mundo

    1. Olá Jose, que sábia decisão…aqui no site, você vai encontrar muitas informações…a Patagônia é bem grante rsrsrsr, então tem várias rotas e condições, sugiro mandar suas dúvidas específicas e será um prazer te responder. Obrigado pela mensagem e um grande abraço.

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