Dias de luz na ilha da magia

Dias de luz na ilha da magia

A experiência de viver dias de luz na Ilha da Magia, como é conhecida a encantada e encantadora Florianóplois (Floripa, para “nós manezinhos”)! Nesse post, falamos de alguns dos locais mais charmosos e sedutores do Sul da Ilha. Bora, conhecer um pouco desse pedaço mágico do nosso país!

Já cruzamos quase todo o contimente na Expedição América do Sul, mas, inegavelmente, Floripa é um dos “points” mais bonitos e encantadores, onde já estivemos. Toda a cidade é linda, mas me apaixonei pelo sul da ilha, cheio de natureza e gente “dahora”. Tinha que escrever e compartilhar a incrível alegria de viver dias tão iluminados e, claro, homenagear esse lugar das bruxas, que, na verdade, seguramente, estão muito mais para fadas-madrinhas.

Durante três semanas, foi possível entrar na realidade e no cotidiano do Sul da ilha, percorrendo, diariamente o trajeto entre Morro das Pedras e Rio Tavares. Cenas bucólicas, como gados pastando calmamente na zona rural. Gente simples e galera descolada convivendo em harmonia nas ruas, calçadas, quintais e nos bares praieros e nas praias, aquecidas pelo sol, iluminadas pela lua, mimadas pelas areias brancas e banhadas pelo líndissimo mar azul esverdeado do Sul do Brasil.

Nãooooo! Floripa não se resume a Jurerê, Joaquina, Lagoa da Conceição e Canasvieira. Embora esses lugares sejam realmente maravilhosos, “nossa” Floripa é muito mais, portanto, escolhi o Sul da ilha para compartilhar com você, pois é simplesmente incrível.

Campeche

Um dos bairros símbolos do Sul da Ilha da Magia. Vamos começar pelo nome, veja se tem coisa mais icônica do que a história do nome desse bairro. Antoine de Saint-Exupéry, que escreveu O Pequeno Príncipe, um dos livros mais lidos no mundo, era aviador do Correio Postales da França. Periodicamente, ele aterrisava no Campeche, que na época tinha muitos pescadores. Dizem que ele chamava o local de “Campo dos Peixes”, mas, com o seu sotaque francês, a pronúncia saía como “Campeche”, portanto, assim ficou conhecido esse lindo bairro de Floripa.

Bairro do Campeche – Foto/crédito: Feelin Imóveis

Ilha do Campeche

A Ilha do Campeche é mais uma deliciosa razão para se embrigar de dias de luz na Ilha da Magia. Ela fica a aproximandamente 1,5 do leste da praia do Campeche e da praia de Morro das Pedras. Seu nome se dá em razão do “pau-campeche”, um tipo de árvore bastante forte que após um processo de fermentação assume uma tonalidade avermelhada. A visitação à Ilha do Campeche é regulada e limitada, portanto informe-se nas agências e serviços locais, específicos para isso.

Dias de luz na Ilha da magia
Vista panorâmica da praia e Ilha do Campeche a partir da varanda do Gual

Morro do Lampião

No Campeche está o Morro do Lampião! Outra história contada pelos manezinhos da ilha é que o morro tem esse nome também ligado a Saint-Exupéry. Quando ele ia pousar seu avião, os habitantes da ilha subia até o morro com lampiões para ajudá-lo na localização, daí o nome Morro do Lampião. Na real, o morro é uma reserva natural, que leva aproximadamente entre 30 e 45 minutos de caminhada até a Pedra do Urubu, o topo do morro, de onde se tem uma linda visão 360o do sul da ilha. Deslumbrante!

Morro do Lampíão – Imagem/crédito: Fabio Gadotti

O bairro se destaca pela excelente qualidade de vida, boa infra-estrutura e comércio que consegue suprir com tranquilidade as necessidades das pessoas. Desde produtos básicos até opções de diversão e lazer. Como, por exemplo, os laybacks, que são uma espécie de clube com diversas opções de experiências, prática de esportes, relaxamento e entretenimento, que podem ser feitas por dia ou horas. Além, é claro, das charmosas ruas floridas. Tem até um shopping, onde rola a cena “hypster” do dia-a-dia de trabalho do pessoal do Sul da Ilha.

Rio Tavares

Para viver dias de luz na Ilha da Magia passa-se por Rio Tavares, é o bairro que liga as dunas da Joaquina e Parque da Lagoa da Conceição com o Sul da Ilha. É um bairro pequeno e muito charmoso “grudado” ao Campeche, com destaque para Lagoa Pequena e Pico da Cruz.

Lagoa Pequena

Em Rio Tavares localiza-se a Lagoa Pequena (administrada pelo Parque Dunas da Lagoa da Conceição), um projeto ambiental de restinga vital para o equilíbrio e qualidade do clima da região.

Pico da Cruz

No bairro, destacam-se trilhas bem arborizadas de acesso à Pico da Cruz, uma linda praia de areia bem branquinha.

Morro das Pedras

Morro das Pedras é o primeiro bairro que faz divisa com o Campeche no sentido Sul da Ilha. Para chegar a Morro das Pedras, há a opção por dentro do bairro, costeando a praia (nem sempre é possível vê-la). Ou pela SC, como falam os manezinhos, que é a Rodovia SC 406, que passa pela zona rural, por paisagens bucólicas de gados pastando, pássaros cantando e o sol brilhando. A dinâmica desse bairro é bem mais tranquila, caseira, a impressão que se tem é de estar numa pequena cidade do interior.

Dias de luz na Ilha da Magia
Praia Morro das Pedras

O bairro faz divisa com a praia da Armação e dá acesso à Lagoa do Peri. Aqui é possível curtir várias atividades, como visitar o Mirante Morro das Pedras, com acesso pelo Convento dos Jesuítas na Casa de Retiro Vila de Fátima, praticas esportes na praia, descansar ou simplesmente contemplar o amanhacer na praia. Inesquecível e imperdível!

Lagoa do Peri

A Lagoa do Peri é um lindissímo lençol de água doce com mais de 5 Km2, localizada na frente da praia da Armação, logo após Morro das Pedras. Ela é a fonte de abastecimento de várias regiões da cidade. Ao seu redor é possível curtir prainhas de água doce, pra quem gosta de pic-nic em família tem uma infra-estrutura bastante adequada. Para os que ja preferem umas “brejas”, há várias áreas com sombra convidando para desfrutar uma gelada. E sim, na origem do nome da Lagoa do Peri, pode se fazer uma analogia entre a lenda Ceci e Peri, personagens do romance “O Guarani” de José de Alencar, mas nesse caso o romance é entre o indio Peri e a bruxa Conceição.

Lagoa do Peri – Foto/crédito: cidade e cultura

Armação

A Praia da Armação vem logo na sequência de Morro das Pedras, com acesso pela SC e próxima a Lagoa do Peri, o Mirante dos Morros das Pedras e o Convento dos Jesuítas. A praia se destaca por água muito limpa, mas bem fria, e por uma beleza estonteante. É uma das que estive que é menos populosa.

Praia Armação – Foto/crédito: Passagem Comprada

Ribeirão da Ilha

Nos dias de luz na Ilha da Magia, Ribeirão da Ilha é dos bairros da Região Sul, na costa Oeste, portanto voltado para o continente. É um lugar simples, pacato, cercado de natureza e banhado por um lindo mar azul. Ribeirão da Ilha é formado por vilarejos e tem excelentes lugares pra comer, como são poucos, costumam ter preços agressivos, mas vale muito a pena visitar e passar pelo menos uma tarde nesse lugar show de bola.

Pâtano do Sul

De todos os bairros para viver dias de luz na Ilha da Magia, Pântano do Sul é, sem sombra de dúvidas, o que tem os preços mais em conta. Talvez, por isso, a praia seja uma das mais populares e mais “crowdiadas” da região. Por outro lado, a conversa é simples, solta, descontraída. Foi o lugar com o atendimento dos bares e restaurantes mais simpáticos, embora em toda a parte Sul, a galera seja sempre bastante educada e atenciosa, mas Pântano do Sul se destacou bastante nesse aspecto.

Entrada de praia de Pântano do Sul, uma das mais populosas do Sul da ILha, mas uma das mais simpáticas

Se liga…

Como nem tudo são flores, destaco alguns pontos que você tem que se ligar, mas que jamais tiram o encanto e a magia da Ilha.

Os preços em Florianópolis são bem salgados, especialmente para aluguel e hospedagem. Os preços dos restaurantes são altos, porém na média de cidades como São Paulo e Rio, portanto tenha em mente um plano orçamentário para curtir todo a magia da ilha. Com paciência e critérios para pesquisar, é possível encontrar opções com excelente relação custo x benefício.

Sim, há um trânsito carregado nos horários de pico.

Aos fins de semana, há um fluxo carregado de carros e pessoas para alguns acessos às praias e locais específicos (como Armação, Pântano do Sul e Lagoa do Peri). É claro, pois todo mundo quer curtir os lugares mais tops.

Aos finais de semana, no Sul da Ilha, é bem mais demorado encontrar Uber do que nos dias úteis. Se liga nisso!

Apesar da cidade ser encantadora e muito orientada a qualidade de vida, eu esperava que fosse mais “bike friendly”. Ainda predomina uma cultura de carros e na região Sul praticamente não existem ciclovias ou ciclofaixas.

Os ônibus urbanos, apesar de vazios em plenos horários de picos, no Sul da Ilha, não tinham ar condicionado, o que é bastante desconfortável.

Para pessoas de algumas outras cidades, como São Paulo por exemplo, chamar alguém de “mo querido” não é muito comum e pode não soar tão bem. Em Floripa é uma forma de expressão normal aos manezinhos e significa algo como “meu amigo, brother, mano, parceiro, ‘véio'”, por aí vai…então aceite de boa.

Floripa é uma das cidades com menores índices de violência, curiosamente, um manezinho me disse que problemas de segurança acontecem mais na alta temporada, justamente pela frequência de pessoas de fora, que nem sempre estão com boas intenções, ou turistas que são vítimas das próprias distrações.

Viva dias de luz na Ilha da Magia

Coisas muito legais do Sul da Ilha que chamam a atenção e que pra mim são muito especiais e inesquecíveis:

A sensação de segurança é inacreditável, especialmente para quem vive em uma cidade como São Paulo.

Floripa é um dos melhores IDHs do Brasil e uma das cidades com melhor qualidade de vida e isso é bem perceptível no dia a dia, como prática de esporte, vida equilibrada, natureza, ar puro etc.

A denominação “manezinhos” para os naturais de Floripa é considerada oficial pela galera. Apesar de, pra quem é de fora, parecer pejorativo, hoje “nós” manezinhos nos orgulhamos muito de ser chamados assim.

Quando os manezinhos e manezinhas conversam entre si, o sotaque e a velocidade são muito engraçados, nem sempre comprensíveis, e algumas expressões são bem interessantes, como: “mo querido”, “coisarada”, “coisa linda”, “taish loco”, “nééé”, além das onomatopéias e por aí vai.

As pessoas no Sul da Ilha são muito educadas, um tanto formais, mas sempre bem simpáticas. Todas as pessoas com quem tive contato, sempre foram super cordiais, amigáveis e solícitas o tempo todo.

Nos meus dias de luz na Ilha da Magia, foi bem comum ouvir outro idioma, especialmente inglês e, em meno grau, espanhol e alemão.

Pode ser meio clichê, mas comer sequência de camarão na Lagoa da Conceição é bem legal.

Os manezinhos me disseram que para quem vai viver em Floripa, as bruxas testam por um ano, caso não resista é melhor ir para outro lugar, mas se superar, então você será muito feliz e as bruxas te ajudarão para sempre.

Tomar umas brejas nos laybacks, ou nos vários bares espalhados pela região, é irresistível.

Obrigado, Floripa! Bora viajar no Reviramundo, se liga na próxima!

Reginaldo Costa

Meu nome é Reginaldo de Almeida Costa (meus amigos e familiares me chamam de Tecko), sou Executivo de Recursos Humanos, autor do livro “Resenhas de Caminhonete”, amante de leitura, cultura, artes, esportes, entusiasta da defesa do meio ambiente, populações indígenas e povos originários, defensor da causa animal e também pirado em viagens. Acredito fortemente que o ser humano é capaz de coisas incríveis. Me considero um lutador por um mundo melhor, sou praticante de esportes, razoável jogador de futebol, aprendiz de cozinheiro, péssimo dançarino. Dispenso videogames, mas respeito quem gosta. Tenho um currículo invejável como excelente jogador de bolinha de gude, melhor construtor de pipas, radical piloto de carrinhos de rolemã, fanático por sorvete de massa (aquele das abelhas), que evoluiu aceleradamente para skatista amador. Sou poeta de whatsapp, cartunista de guardanapos, fazedor de risoto, escritor noturno e “bloguista”. Considero que viver a vida ainda é o melhor jeito de ser feliz! Muito prazer!

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