Pacaya-Samiria o Coração da Amazônia Peruana
O mês de setembro é praticamente todo voltado para o meio ambiente; por isso, falaremos da reserva Pacaya-Samíria o coração da Amazônia peruana.
Nesse mês temos a celebrações do dia da Amazônia (05/09); Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio (16/09); o Dia da Árvore (21/09); Dia Mundial sem Carro e o Início da Primavera (em 22 ou 23 de setembro).
Então, nada mais justo do que homenagear um pedaço da Amazônia: a Reserva Pacaya-Samiria, o coração da Amazônia. Não é mesmo?
Aqui nós veremos:
O que é a Reserva Pacaya-Samiria
Oficialmente denominada La Reserva Nacional Pacaya Samiria (RNPS), ela é uma gigantesca área de floresta e rios amazônicos, desempenhando importante papel para o equilíbrio do meio ambiente.
A reserva é mantida e administrada pelo governo peruano, Servicio Nacional de Áreas Naturales Protegidas por el Estado,.
A finalidade da reserva é de preservar a fauna e flora amazônicas e integrar as populações locais, garantindo o equilíbrio do ecossistema ambiental, especialmente da estrutura natural dos rios e florestas que dão origem ao Rio Amazonas.
O sistema Pacaya-Samiria é uma parte muito importante da maior floresta tropical do planeta. Ela desempenha um papel fundamental para toda a biodiversidade mundial.
O nome da reserva é em homenagem a dois rios da região amazônica.
Onde fica a Pacaya-Samiria
A Pacaya-Samiria está localizada no Noroeste do Peru. Com uma extensão é de 20. 800 Km2 e alcança as províncias de Loreto, Requena, Alto Amazonas e Ucayali, do Departamento de Loreto.
Nessa região esta o rio Huallaga que deságia no Rio Marañon, que segue até a cidade de Nauta, onde ocorre a confluência dos rios Ucayali e Marañon, na chamada “depressão Ucamara, que ajudam na formação do Rio Amazonas, seguindo até o Oceano Atlântico, na divisa dos estados brasileiros do Amapá e Pará.
Como chegar ao coração da Amazônia peruana
Para chegar a Reserva Pacaya-Samiria existem duas formas mais comum, uma por Iquitos (que só chega de avião ou rio) e que está a 180 Km, ou por Yurimaguas que é possível chegar por terra, que foi o que fizemos de caminhonete.
Yurimaguas é a cidade grande mais próxima da Pacaya-Samiria, algo como 85 km em linha reta. Ela está ha mais de 1.000 kilômetros de distância de Lima, portanto, é um trajeto bastante longo.
Para quem tem menos tempo e mais dinheiro, existe a opção de ir de avião. Para aqueles que tem mais tempo e menos dinneiro, sugere-se ir por terra. Aqui temos as opções: avião, ônibus e carro.
Avião e ônibus
Avião – existem três companias aéreas peruanas que fazem voos de Lima até Tarapoto, daí ha que se tomar um ônibus/van, ou qualquer outro transporte terrestre até Yurimaguas. De Yurimaguas à Lagunas , onde fica a entrada da reserva, deverá ir de barco.
Ônibus – a viagem de Lima até Yurimaguas de ônibus demora em torno de 30 horas. Chegando em Yurimaguas, deve-se ir por rio até Lagunas e de lá para a reserva.
Como chegar de carro
Não chega! Não é possível chegar de carro até a reserva. Para chegar a Reserva Pacaya-Samíria o coração da Amazônia peruana, seguimos de caminhonete até a cidade de Yurimaguas, de lá é necessário pegar uma embarcação até o povoado de Laguna. Se liga aí cada parte do trajeto.
Yurimaguas é uma das maiores cidades da selva peruana, como Iquitos e Pucalpa, para chegar até ela deve-se pegar a Rodovia 3N, na cidadezinha de Shelby, para quem vem de Lima, ou no entrocamento de La Oroya para aqueles que optam pela Transoceânica a partir de Rio Branco/AC-Brasil.
A partir da cidade de Tingo Maria, a 3N passa a ser 5N , que passa a chamar-se Carretera Fernando Belaunde Terry, devendo seguir até a cidade de Tarapoto e depois a rodovia se divide em duas direções, devendo continuar na 5N sentido Noroeste até Yurimaguas. Separamos alguns trechos para melhor explicar essa rota.
Trecho até Tingo Maria
Tingo Maria é uma das cidades peruanas na selva amazônica. Elá é pequena, mas com boa infra-estrutura, bastante lendas, cachoeiras, excelente culinária local e da cadeia de montanha Bella Dormiente.
Catarata Santa Carmén em Tingo Maria
A estrada até Tingo Maria e um pouco depois dela é de muito boas condições
Tingo Maria até Bellavista
De Tingo Maria até a cidade de Bellavista são 480 Km, com previsão de pelo menos nove horas de viagem, o que significa que em alguns trechos da estrada a velocidade é bem baixa.
Uma parte da estrada é de terra, com muita poeira, sujeito a atolamento em caso de chuva. São lugares bastantes desertos, com pouquíssimo contato com a civilização e sujeita a roubos e assaltos, segundo informações dos próprios locais.
Ponte da Rodovia 5N proxima a Bellavista
Nesse trecho havia a chamada Segurança Cidadã, que é uma espécie de vigilância feita pelos moradores da região. Na nossa experiência foi comum nos pedirem carona e á vezes dinheiro para colaborar com eles. Essa é uma decisão difícil, pois, a bem da verdade, é que dá uma certa apreensão.
Todo o trajeto é por entre a selva, com floresta dos dois lados da estrada, algumas zonas rurais, muito silêncio e isolamento. Com chance de encontrar bichos cruzando a estrada. Uma experiência, absolutamente incrível.
Bellavista até Yurimaguas
Esse trajeto é em condições muito boas, a estrada é bem conservada, intercalando zonas rurais e de florestas. Bellavista é bem pequenina, mas é adequada para passar a noite e depois seguir a viagem. Elas está próxima aTarapoto, tem pousadas em conta e lugares simples e baratos para uma refeição.
Região da Laguna Sauce entre Tarapoto e Yurimaguas Região da Laguna Sauce entre Tarapoto e Yurimaguas
Yurimaguas até Lagunas – trecho de barco
Daqui em diante todo o trajeto é feito pelo Rio Huallaga, que serve de rota e entreposto para transporte de mercadorias e pessoas entre os povoados amazônicos peruanos ao longo do rio.
Existem duas embarcações que fazem a integração de Yurimaguas com as demais cidade, tribos e povoados:
Balsa – diariamente de manhã saem barcos/balsas de Yurimagaus para Lagunas, com navegação prevista entre 18 e 36 horas, dependendo do tamanho e das condições
Barco rápido – o barco é menor, mais leve, e comporta menos passageiros, mas é uma embarcação lotada do mesmo jeito, porém bem mais rápido. Vai de Yurimaguas a Lagunas em aproximadamente entre seis e oito horas. Levamos seis para ir e oito para voltar.
Laguna até Pacaya-Samiria
Ao desembarcar em Laguna, que muito pequena, praticamente, se resumindo a rua larga de terra, existem algumas operadoras locais para guias e canoas até a Reserva Pacaya Samiria, coração da amazônia peruana.
Alí a opção é ir de tuc-tuc até a Pacaya-Samiria o coração da amazônia peruana. A partir da entrada na reserva, todo o trajeto foi percorrido de canoa. Aproximadamente seis a sete horas de remo até os refúgios onde se passa a noite no meio da selva, em uma cabana cercada de água.
Coisas bem legais da Pacaya-Samiria
São inúmeras as coisas muito especiais na Reserva Pacaya-Samiria, nos seus dois milhões de hectares, onde reúnem-se giganteca variedade de plantas, peixes, aves, repteis, insetos, animais etc. Lá também é a terra de diversos povos originários, lendas e mitos do nosso continente.
(..) a noite foi invadindo a selva e tirando todas as frestas da tênue luminosidade entre as árvores e vegetações, as quais ajudavam a iluminar o rio. A escuridão tomou conta de tudo, junto com ela, os sons da floresta foram se modificando. Os pássaros já não se manifestavam, ouvia-se uma grande mistura de ruídos, do vento balançando as folhas das árvores, imensas e nanicas, o movimento do rio e o barulho dos remos a conduzir a canoa com Juanito. Na selva, vários pontos de luzes brilhavam, como estrelas no céu. O barqueiro nos disse que as “estrelinhas” de baixo eram os olhos dos jacarés, as de cima os dos macacos e aquelas, mais altas de todas, eram as estrelas mesmo a cobrir a Amazônia, como um véu sagrado a protegê-la e abençoá-la.
Trecho do livro “Resenhas de Caminhonete”
Os rios
Eles são como artérias gigantescas encravadas na terra, or rios da região da Pacaya-Samiria, todos encontrando uma forrma de chegar ao colossal Rio Amazonas e, daí, alcançar o Oceano Atlântico.
Além do papel de matar a sede da natureza, os rios são estradas que ligam e integram os diversos povoados do Noroeste peruano. Nos rios da região é possível encontrar uma rica biodiversidade. Como crocodilos, anacondas, boto cor de rosa, tartarugas, os mais variados peixes e assim sucessivamente.
Refugio no coração da Reserva Rio da Pacaya SAmiria Rio Huallaga Conduzindo “miss Denise” de canoa pelos rios da Pacaya Samiria
Os animais
São catalogadas mais de 1.000 espécies de animais na exuberante Reserva Pacaya-Samiria o Coração da Amazônia Peruana, como onça, veados, lobo do rio, pumas, diversos tipos de macacos e outros diversos animais como jacarés e a anaconda.
Na Pacaya-Samiria ha uma enorme diversidade de répteis, como as tartarugas de água doce, crocodilos, lagarto preto, lagarto branco, rãs etc.
Macaco da Pacaya Samiria Macaco pardo Lagarto endêmico Camaleão Tartaruga de água doce
A vegetação
O verde toma conta de tudo em toda a região da Pacaya-Samiria. São ávores de todos os tipos. Algumas centenárias.
É possível encontrar plantas frutíferas, ornamentais, alimentícias, medicinais, utilizadas em rituais religiosos e, o mais importante, elas são base de sustenção de todo o ecossistema amazônico.
Além da importância ambiental, a floresta proporciona uma beleza indescritível, atuando o tempo como protagonista do enredo da aquarela da natureza. Simplesmense linda!
As aves
Estão computadas 449 espécies de aves conhecidas, sendo a maioria relacionada aos ambientes aquáticos, isso demonstra que a reserva tem excelentes índices de conservação de suas áreas úmidas.
Entre as muitas das aves da reservas, encontram-se a garça da mata, garça-real, araras, papagaios, gaviões, a almofada e inúmeras outras espécies.
O boto e os peixes
Um dos mais fantásticos animais do planeta, o boto está em seu perfeito habitat na Pacaya-Samiria, nos diversos rios é possível encontrá-los alegres e brincalhões a chamar a nossa atenção.
Boto cinza Peixes para o jantar Boto cinza Boto fazendo bagunça
Há incontáveis espécies de peixes na Pacaya-Samiria, alguns deles ornamentais, comoo tigre zungaro, a arraia, o tetra e diversos outros. Também há peixes para o consumo humano, especialmente da população local, como o corvina, dourado, donzela, palomenta e assim vai.
A noite na Reserva Pacaya-Samiria
De noite, a reserva fica incrível, não só pelo que não se vê na floresta, mas, principalmente, pelo que se avista no céu e o que se escuta ao redor.
A noite chegando na Pacaya-Samiria
O céu da Amazôniza é, simplesmente, incrível. Juntando com a escuridão da mata, as estrelas ficam destacadas, parecendo estarem muito mais perto de nós, potencializado pelo reflexo nos espelhos d’água da selva.
Durante a noite toda, uma nova dinâmica acontece na floresta. São sons de todos os tipos, passáros, répteis e mamíferos de hábitos noturnos emitem os mais variados movimentos e ruídos. Muito impressionante!
A beleza do trajeto
Seja nos trajetos realizados por terra ou pelos rios, a floresta é a companheira de todos os momentos. Paisagéns lindíssimas de descortinam o tempo toda, são montanhas, rios, florestas, cachoeiras, pequenos povoados, um belo ceu azul, são os companheiros durante todo o tempo.
Como estávamos percorrendo o Peru inteiro de caminhonete, desde San Pedro de Atacama, Chile, nosso trajeto para a Pacaya Samiria, passou por diversas cidades, algumas bem bonitas e interessantes, outras nem tanto, mas a natureza jamais nos decepcionou durante todo o tempo.
Então, no nosso trajeto, passamos por lugares bem bacanas como Tarapoto, onde foi realizada a última batalha para libertação da América do domínio europeu, Huanta, a Esmeralda dos Andes, Cerro de Pasco, lugar é bem feio e onde a principal atração é uma mina de extração de minério( um buracão a ceu aberto), Tingo Maria, cheia de rios, cachoeiras, serra e deliciosa comida da região amazônica peruana.
O povo e a cultura
A região noroeste peruana é predominantemente de selva amazônica, onde encontram-se diversar culturas indigênas. O povo é um pouco retraido, mas bastante simpático e cordial, assim foi conosco. Em Yurimaguas predomina o transporte de motos adaptadas para “tuc-tuc” e sempre em grande número, causando alguns congestionamentos.
O Peru é um país que se destaca pela gastronomia, aqui predomina o estilo culinário da região amazônica, com muita coisa a base de peixe e especiarias. Mas também existem pratos com carne de porco, sendo a carne bovina menos comum (pelo menos, ao que percebemos na rotina da cidade.
É possível provar Tacacho, Leche de Tigre (caldo do ceviche), Ichicapi, dentre outros.
Se liga
O que levar
Roupa leve, protetor solar, primeiros socorros, ítens básicos de higiene pessoal, tênis, boné, capa de chuva, óculos de sol, lanterna, repelente, casaco impermeável, binóculos, água, câmara fotográfica, dinheiro em espécie.
Quanto custa entrar na Pacaya-Samiria
Quando estivemos na Reserva Pacaya-Samiria o coração da Amzôniza peruana, a entrada era cobrada para todos, incluindo adultos, crianças e os locais, que pagam, mais ou menos, a metade do que se é cobrado dos estrangeiros.
Na nossa passagem por lá o preço para um estrangeiro adulto era de aproximadamente USD 5,00 (cinco dólares americanos).
Dinheiro
Nessa região, praticamente, cartões de crédito e débito são muito pouco aceitos. Logo, é importante dispor de dinheiro em espécie. Lembrando que é necessário ter a moeda local, pois dinheiro estrangeiro, inclusive, dólar, na maioria dos lugares onde estivemos, também não era aceito.
Segurança no trajeto
Há relatos de que no trajeto entre Tingo Maria e Tarapoto, aproximadamente 500 Km, há riscos de assaltos. É comum ter barreiras realizadas por policiais ou por viligilância da população.
Então, claro, nesse trajeto é preciso ter mais cuidado. Lembrando que é um trajeto no meio da selva.
De qualquer forma, tendo as precuações adequadas, como evitar parar, atentar-se para o entorno, não demonstrar ostentação, sempre ajuda a prevenir.
Condições das estradas
Durante todo o percurso dirigindo, a maior parte do trajeto foi em estradas em muito boas condições. Asfalto com boa manutenção e sinalização adequada.
Região de Tingo Maria Saída de Tingo Maria Tarapoto – Yurimaguas Balsa para Laguna Sauce entre Tarapoto e Yurimaguas Rodovia 5N para Cerro Pasco
A partir da cidade de Tocache, na Ruta 5N, a estrada passa a ser de terra, com bastante buracos, praticamente em mata fechada, com muita poeira e estreita, exigindo bastante atenção. Porém, este é o único trecho mais difícil, que dura em torno de 2,5 a 3,5 horas (na época que percorremos).
Ayauasca
A Ayauasca é um chá, preparado com a própria Ayausca junto com a Chacrona, e tem poderes de abrir e aumentar a consciência, levando para outros entendimentos espirituais.
Os indigênas a utilizam como parte de rituais sagrados e religiosos. É uma prática bastante comum na região de selva peruana, realizadas pelas culturas originárias e religiões xamânicas.
Nós optamos por não viver essa experiência, simplesmente por não tê-la priorizado. Mas teríamos feito a “viagem” da ayuasca, tranquilamente. Obviamente, por ter poderes alucinógenos, é muito importante ter referência sérias de onde será realizado, e curta sua experiência espiritual.
Policiamento
Há vários comandos e barreiras policiais ao londo de todo o trajeto pelas estradas na selva peruana. Ao mesmo tempo que é uma boa alternativa, por trazer uma certa sensação de proteção. Por outro lado, todos os comandos nos pararam para averiguação.
Chegamos a ser parados 10 vezes em um trajeto de pouco mais de 100 km. Os policiais sempre averiguavam documentação, estado da caminhonete. Concluindo, é vital estar com tudo certinho com os documentos pessoais e os do veículo. Eles tentam de tudo para encontrar um motivo para te “multar”. Se liga!
A sua parte
Tudo na Natureza merece o absoluto respeito de todos nós. Na reserva Pacaya-Samiria a natureza tem sua dinâmica, tudo que está lá tem uma razão de ser e uma missão específica. Por isso a sua parte é muito importante. Se liga!
Os animais e os indigênas são os verdadeiros habitantes. Não capture os animais, não os maltrate, deixe-os viver, dentro do seu jeito.
Os bichos não precisam do seu alimento, tudo que eles precisam a floresta já lhes dão. Não os alimente, a sua comida não foi feita pra eles.
As plantas, árvores, peixes etc., são parte da cadeia alimentar e de sobrevivência de toda a biodiversidade amazônica e do meio ambiente, seja dos seres na floresta, seja dos humanos que vivem na região.
Qualquer ação humana, por mais simples e inofensiva que possa parecer, tem impacto no sistema, afeta o compasso de existência e do equilíbrio de toda a estrutura ambiental.
Isso significa que tudo que está lá tem que permanecer lá! Não acrescente nada, além de amor e respeito. Leve seu lixo e detrito com você. Não tire nada, deixe tudo onde está, só leve carinho e lembranças.
Quanto mais você fizer para cuidar e preservar tudo que tá na Pacaya-Samiria, muito mais feliz você será, mesmo que você viva numa metrópole (como nós em São Paulo) bem longe da Amazônia. A natureza te garante isso.
Bora Revirar o Mundo
Conhecer a Reserva Pacaya-Samiria coração da Amazônia peruana foi uma das experiências mais incríveis da nossa Expedição América do Sul. Espero que você tenha gostado.
Para terminar…e você já viveu algo assim? Comente aí pra gente saber e deixe suas dicas de roteiros…vamos adorar!
Um comentário em “Pacaya-Samiria o Coração da Amazônia Peruana”