Dicas para Longos Percursos em Terras Estrangeiras.

Dicas para Longos Percursos em Terras Estrangeiras.

Vivendo na estrada! Isso exige cuidados, então veja importantes dicas para longos percursos em terras estrangeiras, dirigindo por terras desconhecidas, principalmente em outros países, é muito importante definir algumas premissas. Vejas como fizemos as nossas; talvez te ajude a definir as suas.

Em geral, sair do lugar onde vivemos, nos afastar das pessoas que nos cercam, familiares que amamos, amigos que gostamos, conhecidos que nos identificamos. Uma das nossas principais dicas para longos percursos em terras estrangeiras é a constatação de que abandonar nossos costumes e rotinas, ainda que pelo menor tempo possível e por mais próximo que seja , sempre exigirá algumas regras mínimas que devemos seguir.

Claro que para lugares longínquos em outros estados e países estrangeiros, sob leis que desconhecemos, há que repensar com mais cautela e rigor sob quais condições será executada a jornada.

Ao tomar as estradas para um longuíssimo trajeto e por um tempo mais extenso, caminhos estranhos e terras desconhecidas, entendemos que premissas mais claras e objetivas precisam ser estabelecidas e seguidas. No nosso caso, apesar de se submeter a culturas completamente diferentes, decidimos por alguns princípios fundamentais para realizar o nosso projeto e concretizar nossos sonhos.

Região de Chile Chico
Região de Chile Chico (Chile) – cidade fronteiriça com Los Antiguos (Argentina)

Um projeto grande, envolvendo várias etapas na sua realização, por lugares e circunstâncias que não podemos prever totalmente, nos convencemos que deveríamos seguir alguns princípios, que foram decididos com base obter condições adequadas de segurança físicas, legais, financeiras, sociais, materiais, emocionais e psicológicas para que o projeto fosse realmente a materialização de um sonho e não a mazela de um pesadelo. Compartilhamos os princípios que guiariam os nossos comportamentos e pautaram nossas atitudes, durante todo o período, situações e lugares. Tudo fica mais fácil se esses princípios já são parte do estilo de vida e forma de agir. Nós optamos por ações que jamais poderíamos abrir mão ou deixar de cumprir:

1. Dirigir de dia e, no máximo, 500 Km por percurso

Rota 40 - Argentina
Trecho da Ruta Nacional 40 – Argentina

É provado que dirigir por longas horas pode trazer desgastes físicos e psicológicos que colocam em risco a segurança. Quando está em terras e estradas desonhecidas, é importante evitar dirigir de noite, pois a falta de familiaridade com o trajeto, traçado da pista, condições de sinalização, visibilidade, clima, relevo e dirigibilades podem causar acidentes graves, além de impedir desfrutar das paisagens, belezas e peculiaridades do trajeto.

2. Um veículo 4 x 4…é necessário?

Atolamento em Otavalo - Equador
Atolamento em Otavalo – Equador

Depende! A escolha do veículo está intimamente ligada a opção de roteiro. Se você vai cruzar terrenos acidentados, estradas hostis, grandes subidas, é importante ter um veículo robusto, preferencialmente, 4 x 4, mas, se não é o caso, outros fatores precisam ser ponderados, como consumo de combustível, conforto etc. No nosso caso optamos por um 4 x 4, pois iriamos encontrar bastantes percursos adversos.

3. Preparar a própria refeição

Nesse caso, pesa a questão econômica. Se estamos viajando por semanas ou meses, a alimentação é um item que afeta muito o orçamento. Assim cozinhar é uma saída mais em conta e uma forma de curtir o momento, o lugar, a situação. Se habitua-se a fazer a própria comida, acaba sobrando mais grana para desfrutar da culinália local, ter experiências mais bacanas com a gastronomia do lugar.

4. Suborno jamais!

Suborno jamais
Imagem: Folha PE

Os brasileiros estão bem acostumados com esse tema. E por isso devem ter muito cuidado, pois em alguns países esses tema é levado muito a sério. E como no Brasil, também é crime, com a diferença que o rigor está em todos os níveis. Como é o caso, por exemplo, dos Carabineros (Polícia chilena, famosa por total intolerância ao suborno). Já em outros lugares, o suborno é parte da cultura, infelizmente, e quase tudo vem acompanhado da insinuação de ter que “molhar a mão”. Para nós é inaceitável qualquer iniciativa de suborno. A recomendação é NUNCA SE ENVOLVER COM SUBORNO, mesmo que seja mais caro, ou, eventualmente, te frustre de realizar algo, ou até mesmo implique em possíveis penalizações. Suborno não!

5. Pacotes Turísticos

Folheto Turistico na região de Potosi - Bolivia
Folheto Turistico na região de Potosi – Bolivia

São muito válidos quando o tempo é limitado e a comodidade é necessária. Nesses casos vale muito a pena, pois várias tarefas são efetuadas pela agência operadora, o que traz bastante benefício para determinadas situações. Um pacote bem feito pode fazer toda a diferença. Já quando está com tempo e em um longo trajeto, a nossa opção é fazer as coisas por conta própria, claro que com o máximo de informações possívei, o que, aliás, sempre é possível obter via iternet, ou pela população local. A experiência, nesse caso, pode ser muito legal.

6. Limitar os gastos diários e controle do orçamento

Uma forma de fazer o seu sonho caber nas sua realidade, é limitando os seus gastos diários. Estabeleça um limite que faça sentido para as suas condições e mantenha disciplina em relação a isso. Claro que não é uma camisa de força , mas, evientemente, se você gastar mais em um dia, deverá reduzir nos outros. Não tem como fugir dessas premissas. Gestão do orçamento é vital para uma viagem bem sucedida e muito prazerosa. Uma dica importantíssima e que funciona muito bem é registrar TODOS os gastos DIARIAMENTE, e tem vários aplicativos que ajudam nisso. Outra coisa, que muita gente faz, principalmente vivendo das estradsas, é obter uma fonte de receita (blog, venda de fotos, camisetas, fazendo artesanato, comida…e até um emprego provisório)…

7. Documentação

Documentos
Imagem: IG Turismo

Esse é um ítem que, se não cuidado, costuma trazer enormes dores de cabeça. Então é fundamental saber os trâmites para entrar em determinados países, como passaporte, visto, acordos bilaterais, segurança sanitárias, vacinas. E nos casos de veículos, seguros exigidos, autorização para dirigir, tipos e preços de combustíveis, assistências e manutenção.

8. Combustível sempre!

Pra quem está viajando dirido! Uma dica super importante é sempre abastecer, independente do nível de combustível. Isso pode ajudar muitissimo. Em muitos países, principalmente da América do Sul, é muito comum ter longos trajetos sem postos de combustível. Por exemplo, atravessar a Cordilheira dos Andes pelo Passo San Francisco, entre Copiapó (Chile) e Fiambalá (Argentina) são 430 Km sem posto de combustível. Lembre também de consultar a autonomia do seu veículo (distância percorrida com um tanque de combustível).

9. Cruzar fronterias com produtos perecíveis

Folheto na aduana chilena
Folheto na aduana chilena

Se informe a respeito e evite incômodas frustrações. Alguns países tem normas de segurança sanitária muito rigorosas e suas regras não permitem entrada de determinados tipos de produtos, especialmente perecíveis, como sementes, alimentos crus, frutas, legumes, hortaliças. Outro tem restrições a mediamentos, produtos químicos etc. O Chile, por exemplo, é extremamente rigoroso com coisas cruas, como alimentos fora da embalagem, ovos, sementes etc.

10. Entrar de carro na Bolívia

Antes de fazê-lo, estude bem a respeito, pois a Bolívia é um dos países com maior nível de complexidade sobre esse assunto. Também tem policiais e funcionários públicos (não todos é claro) altamente corruptos. E na Bolívia, se por algum motivo entenderem que seu veículo está irregular, as autoridades bolivianas tem poderes para conficar o seu carro imediatamente. Veja no site do Itamarati mais informações sobre o tema. Nós preferimos não entrar na Bolívia de carro, mas foi uma escolha absolutamente pessoal e que não é aplicável a todos, é claro.

11. Pra quem digire

Obedecer rigorosamente a legislação de trânsito local e jamais dirigir sob efeito de álcool, com sono ou com cansaço extremo. Isso é vital! Entenda as peculiaridades das exigência de cada país, quanto a equipamentos, autorizações, normas de segurança e até sinais de trânsido. Não perca o post sobre esse tema. Uma outra coisa que nunca deve esquecer é de manter o veículo em local seguro, principalmente se for estrangeiro, pois, em geral, acaba muito vulnerável a situações de riscos, como roubos, assaltos, arromabamento ou, simples, vandalismo. Claro que são situações incomuns na maioria dos lugares, mas vale a pena manter a precaução.

12. Hospedagem

Para quem está vivendo na estrada, ou numa viagem de semanas e meses, a hospedagem tem um peso orçamentário muito importante e uma influência vital na experiência a ser vivida. Vale muito a questão do tempo, para viagens curtas, a comodidade, o conforto, segurança e a otimização do tempo deve ser considerado. De qualquer forma, a recomendação por hospedagem é sempre priorizar as acomodações regionais (evitando-se padrões internacionais, que, em geral, destoam bastante das práticas e cultura locais). Opte por casa de familia, acampamentos, pousadas.

13. Gastronomia local

Priorizar a gastronomia regional e local em detrimento da cozinha internacional. Sim falamos para fazer a própria comida. Mas, para quem está viajando, viver a experiência da gastronomia local é, quase, uma obrigação, pelo menos para mim. E, certamente, optar por restaurantes internacionais, raramente trará essa vivência. Claro que podem proporcionar uma boa experiência, mas nada como a cozinha regional, a culinária local, os sabores dos lugares. O que quero dizer é que se você está no Peru, por exemplo, não tem muito sentido pedir uma pizza ou ir no melhor restaurante italiano, quando a cozinha peruana é uma das melhores do mundo. Pelo menos para mim, viajar significa ter a possibilidade de provar diferentes escolas gastronômicas.

14. Evitar regiões em conflitos políticos, sociais, ou de violência urbana.

Nós brasileiros estamos bastante acostumados ouvir sobre violência urbana. E estamos cansado disso! Logo não tem sentido optar por viajar (de carro principalmente) por localidades, reconhecidamente, vulneráveis em termos de criminalidade. A mesma coisa vale para países em conflitos políticos, guerras, pois os estrangeiros ficam muito expostos e fragilizados, e em alguns casos, sendo vítimas de assalto, assasinatos, sequestros para servirem como exemplos o moedas de trocas. É bastante importante pesquisar e se informar para não ter uma sistuação complicada.

Feito isso…Boa viagem!

Reginaldo Costa

Meu nome é Reginaldo de Almeida Costa (meus amigos e familiares me chamam de Tecko), sou Executivo de Recursos Humanos, autor do livro “Resenhas de Caminhonete”, amante de leitura, cultura, artes, esportes, entusiasta da defesa do meio ambiente, populações indígenas e povos originários, defensor da causa animal e também pirado em viagens. Acredito fortemente que o ser humano é capaz de coisas incríveis. Me considero um lutador por um mundo melhor, sou praticante de esportes, razoável jogador de futebol, aprendiz de cozinheiro, péssimo dançarino. Dispenso videogames, mas respeito quem gosta. Tenho um currículo invejável como excelente jogador de bolinha de gude, melhor construtor de pipas, radical piloto de carrinhos de rolemã, fanático por sorvete de massa (aquele das abelhas), que evoluiu aceleradamente para skatista amador. Sou poeta de whatsapp, cartunista de guardanapos, fazedor de risoto, escritor noturno e “bloguista”. Considero que viver a vida ainda é o melhor jeito de ser feliz! Muito prazer!

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