A Conquista de Huascarán e a incrível Cordilheira Branca

A Conquista de Huascarán e a incrível Cordilheira Branca

Huascarán e a incrível Cordilheira Branca é um dos lugares mais impressionantes da América do Sul e, certamente, do mundo. Já ouviu falar dela? Sabe como chegar lá? O que levar? Como se preparar? Agora, tudo lhe será revelado! Então vamos à Conquista de Huascarán. Bora ReviraMundo!

Clique na imagem e saiba mais…

Abordaremos os seguintes temas, que, seguramente, irão te ajudar a fazer excelentes escolhas:

A Cordilheira Branca

Vista da Cordilheira Branca a partir da Cordilheira Negra

A Cordilheira Branca é uma cadeia de montanhas de 180 Km de extensão, localizada no Departamento de Ancash, nos Andes peruanos, formada a milhões de anos pelo encontro e sobreposição das placas tectônicas Nazca e Sul Americana.

Seu nome se deve ao fato de estar sempre coberta de neve, mantendo-a branca e visível à grandes distâncias.

Curiosamente, à frente dela está a Cordilheira Negra, que tem essa denominação, justamente, por não ter neve e ser de tonalidade escura. Entre as duas, está o lindo vale do Rio Santa.

Antes de tudo, o que é Huascarán e a incrível Cordilheira Branca?

Existe uma certa confusão entre a Montanha Huascarán, o Parque Nacional Huascarán e a Cordilheira Branca. Então vamos, logo de cara, esclarecer isso:

A Cordilheira Branca é a região, que preenche um enorme território na Cordilheira dos Andes na região centro-oeste do Perú.

Vista da incrível Cordilheira Branca e a impressionante sequência de curvas
Vista da incrível Cordilheira Branca e a impressionante sequência de curvas

O Parque Huascarán ocupa uma grande área e é parte da Cordilheira Branca, administrado pelo governo peruano, SERNANPE-Servicio Nacional de Areas Naturales Protegias por el Estado-Peru.

Vista do Parque Huascarán - Lagunas Llanganuco - na incrpivel cordilheira Branca
Vista do Parque Huascarán – Lagunas Llanganuco

A Montanha Huascarán é uma montanha específica que está localizada dentro do Parque Nacional Huascarán e que deu nome à ele.

Aqui, vamos dar ênfase ao Parque e, obviamente, falar da montanha e da cordilheira, obrigatoriamente, pois estão bastante conectados.

O Parque Nacional Huascarán 

O Parque Nacional Huascarán é um dos lugares mais impressionantes do mundo, pois ele é Reserva da Biosfera e Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO, concentra um relevo muito peculiar, ricas fauna e flora que o carcterizam como um ecossistema único, complexo e bastante sensível a qualquer ação humana (ou da própria natureza), como toda a Cordilheira Branca.

De acordo com os dados do SERNANPE-Servicio Nacional de Areas Naturales Protegias por el Estado-Peru, o Parque Huascarán tem:

  • 3.400 Km2 de área;
  • 660 glaciares;
  • 300 lagoas glaciares;
  • 25 circuitos de trekking;
  • 102 pontos de escaladas;
  • 33 sítios arqueológicos;
  • 120 espécies de aves;
  • 10 tipos de mamíferos,
  • 779 tipos de flora andina em 340 gêneros e 104 famílias,
  • alcança 10 municípios.

Além disso, nele está a orígem de dezenas de riachos que saem das lagoas e se tornam afluentes dos principais rios sa região, formando um delicado e complexo ecossistema.

Onde é

Ele localiza-se no Departamento de Ancash e está nos municípios Huaylas, Yungay, Carhuaz, Huaraz, Recuay, Bolognesi, Pomabamba, Huari, Mariscal Luzuriaga y Asunción. Seu acesso principal é pela cidade de Yungay a 57 Km de Huaraz, capital de Ancash, a 460 Km a Norte de Lima.

Os atrativos de Huascarán e a incrível Cordilheira Branca

Como mencionado no parágrafo anterior, o Parque Nacional Huascarán é uma das maravilhas naturais na incrível Cordilheira Branca, concentrando inúmeros atrativos, vamos mostrar alguns que, certamente, seduzem a muitos e encantam a todos.

A Montanha Huascarán

A montanha Huascarán, que dá nome ao parque, é a mais alta do Peru com 6.768 metros acima do nível do mar. Ela é a segunda maior distância do centro de terra, estando atrás apenas do vulcão Chimborazo, no Equador. Se você pensou que fosse o Everest, se enganou. O Everest é a montanha mais alta em relação ao nível do mar. É também a mais alta do mundo na faixa tropical do planeta.

Laguna 69

A Laguna 69 é uma das estrelas da incrível Cordilheira Branca, dentro do Parque Huascarán. É, sem dúvida, um dos seus pontos mais conhecidos e, consequentemente, mais procurados.

Para chegar à Laguna 69, deve-se ir até a Laguna Ornoncocha, dentro do Parque Huascarán (mais adiante explicamos como chegar ao parque). Até esse ponto é possível chegar de carro. Daqui em diante é uma caminhada de três horas, para os bem preparados fisicamente, até quatro horas (ou mais) para os não tão bem preparados (como nós), e, claro, o mesmo tempo para regressar. Então é melhor começar cedo.

A caminhada é de média a alta intensidade, devido a distância de 7 Km (14 Km ida e volta), efeitos da altitude e parte da trilha relativamente acidentada e com alguns degraus. A Laguna esta a 4.500 metros acima do nível do mar. O caminho é lindíssimo e a chegada a laguna, uma verdadeira benção. Um êxtase absoluto.

O trekking até a Laguna 69 é puxado? Sim, muito. A altitude torna tudo muito mais difícil. Mas não é impossível, vá com calma, pare quantas vezes sentir necessidade, não tenha pressa, a Laguna vale cada milímitro de esforço. Veja o vídeo abaixo, você não concorda?

” Imaginava ter chegado, mas não. Atravessamos um amplo descampado, com extenso gramado, glaciares e Vizcachas, uma espécie de lebre, correndo para todos os lados. Tenho dificuldade de continuar caminhando. A frente uma última subida. Agora bem íngreme, mas com uma trilha aparentemente melhor e mais curta. Começamos a subir, não penso em nada, apenas em alcançar a lagoa”.

Trecho do livro “Resenhas de Caminhonete

Laguna Llanganuco

As Lagunas Llanganuco’s, na verdade, são duas e estão próximas da entrada do Parque Nacional Huascarán. Elas estão no trajeto da Laguna 69, ainda na parte que pode ser acessada por carro.

A Laguna Llanganuco Chinancocha

A Laguna Llanganuco Orconcocha

Artesonraju

Artesonraju - a "Montanha Pramount" - Huascarán e a incrível Cordilheira Branca
Artesonraju – a “Montanha Pramount”

Esta é uma das montanhas mais emblemáticas do Parque Huascarán, com 6.025 metros de altura é um dos destaques da cordilheira. Sua localização já pertence à cidade de Caraz, mas totalmente visível de toda a região e do parque. Também, dizem por lá, que foi inspiração para o símbolo da Paramount, famosa produtora de filmes, inclusive, em alguns casos, chamado de “Montanha Paramount”.

O Clima em Huascarán e a incrível Cordilheira Branca

Cordilheira Branca
Visão panorâmica da Cordilheira Branca, vista a partir da Cordilheira Negra

O clima em toda Cordilheira, incluindo o Praque Huascará, é marcado por duas estações bem distintas:

  • Temporada de chuvas: Outubro a Março
  • Temporada secada (conhecida como Verão Andino): de Abril a Setembro. No Verão o dia pode chegar aos 20 graus, mas, mesmo nessa época, as manhãs, tardes e noites, podem facilmente chegar próximo de zero grau.

Estudos do clima, infelizmente apontam que o aquecimento global já tem alcançado e afetado a Cordilheira Branca. Claro que isso pode desequilibrar as pevisões e prognósticos dessa linda região.

A fauna

Em Huascarán está concentrada grande parte da diversidade peruana, representada pela fauna nativa, que é sim atrativo muito interessante e exótica, mas também uma grande responsabilidade de todos nós para sua preservação, pois é parte de um ecossistema extremamente sensível. Lembre-se que nem sempre será possível ver os animais, mas quando vê-los, jamais interaja com eles e nunca os alimente.

Mamíferos

São 10 espécie de mamíferos que habitam Huascarán, como gato montés, gato andino, oso de anteojos, taruca, vicuña, puma, vizcacha, raposa andina, dentre outros.

Aves

Huascarán tem 120 espécies de aves como o cóndor andino, pato de los torrentes, perdiz de puna, pato jerga, pato cordillerano, gaviota andina e várias outras.

Condor Andino - foto: Unsplash - Valdemaras D. - Incrível cordilheira branca
Condor Andino – foto: Unsplash – Valdemaras D.

A flora

Diversas espécies de árvores, plantas e flores formam o ecossistema andino na Cordilheira Branca e, particularmente, no Parque Huascarán. As árvores são de porte médio e muitos asbustos com colorações variando entre o verde forte e tonalidades amarelas. É possível notar a mudança na vegetação a medida que se vai aumentando a altitude.

O que levar

Para visitar os atrativos de Huascarán, que exigem longas trilhas e horas de caminhada, como a Laguna 69, por exemplo, recomenda-se levar:

  • roupas leves e confortáveis, mas resistente a quedas de temperaturas;
  • um tênis/bota de caminhada, leve, confortável, antiderrapante;
  • água;
  • pequenos lanches, barras de cereal; frutas;
  • um saco plástico para trazer de volta todo o lixo;
  • protetor solar;
  • preste muita atenção no peso e tamanho de sua mochila, quando for a Laguna 69, seja extremamente racional, leve o absolutamente necessário (água e o que comer é o prioritário).
  • no ponto base, nas lagunas Llanganuco, tem uma área de apoio, bem estruturada, que pode preparar sua comida (eles não vendem refeição), muito usada pelas agências para os turistas e também para os que estão (como nós) por conta própria.
  • medicamento contra os efeitos da altitude.

Se você for por uma agência (á várias em Huaraz e algumas em Yungay), eles te darão toda orientação necessária.

Onde ficar

Huaraz – a cidade é comum, funciona apenas como ponto base para quem vai para Huascarán, consequentemente as acomodações são bem simples, porém com preços atraentes. Há uma razoável oferta de hostel, alguns hotéis e hospedarias, mas não espere por grandes sofisticações ou “mimos”. As melhores alternativas estão na região central, mas nos arredores é possível encontrar alternativas bem econômicas (e com menos “mimos” ainda). Ficamos em uma “hospedaje”, muito simples, duas ruas paralelas à praça central a US$ 15,00 a diária para o casal, na Av. Jr. San Martin, ao lado do Estacionamento Municipal.

Plaza de Armas de Huaraz - Incrpivel cordilheria branca
Plaza de Armas de Huaraz

Yungay – muito menor que Huaraz, a oferta de hospedagens é também bem mais modesta, tanto em quantidade quanto em qualidade, mas, por outro lado está muito mais próxima do Paruqe Huascarán. Pagamos pela diária para casal US$ 9,00 a duas quadaras da praça central. Como a cidade é bem pequena, tudo é perto.

Praça Central de Yungay

No Parque Huascarán – é permitido acampar, há uma área com boa infraestrutura, onde é possível contratar pessoas para preparar alimentação. Nesse espaço é onde se poder armar as barracas. Para isso tem-se que pagar a taxa de permanência no Parque de uma diária de 10 Soles ou um período de 21 dias por 65 soles.

Onde comer

Huaraz – tem uma generosa oferta de restaurantes, bares, café, com a qualidade da culinária e a simpatia peruana. As principais alternativas estão na região central, próxima a Plaza de Armas. O restaurante Talassa Fusion Conccina Marina é uma excelente opção a preços bem convidativos.

Delicioso exemplar da gastronomia peruana (sotero, ceviche e arroz chaufa) - a incrível cordilheira branca
Delicioso exemplar da gastronomia peruana (sotero, ceviche e arroz chaufa) – no restaurante Talassa Fusion Conccina Marina

Yungay – as opções são bem restristas, com ofertas das cozinha peruana, preparadas de forma mais popular, sem nenhum requinte, mas com a mesma qualidade de sabor e aromas comuns à culinária peruana. As melhores opções estão concetradas próximas a praça central, onde está a igreja. Atente-se que nem sempre o “visual” do lugar da muito ânimo para comer.

Como chegar

Opções de como chegar em Huascarán
Opções de como chegar

Quanto custa

  • Entrada no Parque Huascaran: Diária 24h: 10,00 Soles – Período 21 Dias: 65 Soles (pode acampar)
  • Diesel: US$ 1,05 / litro
  • Refeição: US$ 7,50 por pessoa
  • Hospedadem: US$ 12,00/ diária – casal

E pra quem está de carro

Caminho do Parque Huascarán - Huascarán e a incrível Cordilheira Branca
Caminho do Parque Huascarán

Para quem está de carro (ou caminhonete, como era nosso caso), o trajeto partindo de Lima é bem traquilo, sempre por estradas bem pavimentadas (nem sempre bem sinalizadas).

A Carretera Panamericana é duplicada e muito bem conservada. Depois que sai dela (na cidade de Barrancas) em direção aos Andes, o motorista vai encontrar muitas curvas, que exigem baixa velocidade e bastante atenção.

Para os que vem do sentido Norte-Sul, vindo de Chimbote, pela Panamericana, deverá pegar para o Andes na cidade de Casmas. Daí até a chegada a Cordilheira Negra, para depois entrar em Huaraz, é uma estrada extremamente ruim, com parte de terra, abismos, buracos, ou pedaços de asfalto soltando. Tem que ter muita atenção e cuidado.

Exceto o trecho entre Casmas e Huaraz, há boa oferta de postos e de diesel, com preços muito próximos um do outro, mas nossa recomendação é, sempre que possivel, abastecer.

Curiosidades

  • Em 1970, uma parte de 1,5 x 1,00 Km de área e 800 metros de profundidade desgarrou da cordilheira sobre a cidade de Yungay, dizimando a cidade e em cinco minutos mantando 17 mil pessoas.
  • O nome Huascarán é uma homenagem ao Inca Huascár, dado por seu pai.
  • Em 1989, oito montanhista fizeram um jantar em Huascarán e entranram no Guiness, como o jantar mais alto do mundo.
  • Há muito mito em relação a dificuldade do percurso à Laguna 69, sim há uma dificuldade, mas é possível, como já dito.
  • A gastronomia de Huaraz e região de Ancash são bem específicas e tradicionais.
  • O Cuy assado (porquinho da Índia) é uma das iguarias local, como em todo Peru.
  • O aquecimento global está afetando a Cordilheira Branca.

Coisas bem legais …

Felicidadeinvadindo a Laguna 69 e toda a Cordilheria Branca

Conhecer e conviver dentre tantas coisas sensacionais e optar por apenas algumas não é uma tarefa fácil. As pessoas têm uma relação bastante emocional com cada uma das suas experiências, o que pode influenciar qualquer análise. Vamos lá:

  • as lagunas 69, Llanganuco, Paron, dentre outras;
  • a fauna com vários animais andinos (nem tão fácil vê-los);
  • a flora exótica, endêmica e muito bonita;
  • as paisagens andinas da Cordilheira Branca e da Negra;
  • as estradas rurais;
  • a incrível sequência de curvas de Huascarán;
  • a comida peruana, os restaurantes de Huaraz;
  • o trajeto até a Cordilheira é lindíssimo;
  • o povo e a cultura andina da região.

E o que você tem que ficar esperto…

Escolher as coisas que você tem que ficar esperto é tão complicado, quanto indicar as melhores, pelos mesmos motivos. A ideia, muito mais que uma crítica é uma forma de alerta para as pessoasse prepararem melhor e desfrutar intensamente cada experiência:

  • os efeitos da altitudes, você tem que se ligar nisso, pois eles, de fato, trazem náuseas, tonturas, dores de cabeça, desânimo e fraqueza, mas tem solução, existem mediamentos para prevení-los e uma planta andina chamanda “muña”, basta mastigá-la, ou em chá em infusão, e mesmo para as folhas de coca;
  • higiene, fique atento às coisas que compra em mercados e feiras livres; seguramente há diferenças (culturais até) em relação a esse tema, o que pode surpreender estrangeiros;
  • as hospedagens são baratas, mas são realmente simples, nas mais básicas é possível não ter chuveiro quente, por exemplo; quando acertar uma hospedagem, tenha o cuidado de verificar todos os pontos;
  • sinais de GPS, celular e internet, em alguns lugares, simplesmente não existem, caso esteja por conta própria, recomenda-se utilizar um mapa em papel ou um guia turístico da região (preferencialmente comprado lá mesmo);
  • se você está dirgindo, fica esperto com os motoristas peruanos, às vezes (não sempre) eles esquecem de respeitar a sinalização, pontos de ultrapassagem e buzinam a todo momento por qualquer coisa;
  • em muitos lugares tem os tuk-tuks que são em grande quantidade e você tem que ficar atento;
  • Nunca interaja com os animais e jamais os alimente, eles estão em seu habitat, podem ser agressivos e ao mesmo tempo, o contato com humanos pode afetar seu equilíbrio.

O que você achou do Parque Nacional Huascarán e a Cordilheira Branca? Já tinha ouvido falar? Que tal colocar no seu roteiro na próxima viagem?

Até a proxima.

Reginaldo Costa

Meu nome é Reginaldo de Almeida Costa (meus amigos e familiares me chamam de Tecko), sou Executivo de Recursos Humanos, autor do livro “Resenhas de Caminhonete”, amante de leitura, cultura, artes, esportes, entusiasta da defesa do meio ambiente, populações indígenas e povos originários, defensor da causa animal e também pirado em viagens. Acredito fortemente que o ser humano é capaz de coisas incríveis. Me considero um lutador por um mundo melhor, sou praticante de esportes, razoável jogador de futebol, aprendiz de cozinheiro, péssimo dançarino. Dispenso videogames, mas respeito quem gosta. Tenho um currículo invejável como excelente jogador de bolinha de gude, melhor construtor de pipas, radical piloto de carrinhos de rolemã, fanático por sorvete de massa (aquele das abelhas), que evoluiu aceleradamente para skatista amador. Sou poeta de whatsapp, cartunista de guardanapos, fazedor de risoto, escritor noturno e “bloguista”. Considero que viver a vida ainda é o melhor jeito de ser feliz! Muito prazer!

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